Acumulando as funções de CEO, CFO, COO, CTO, CPO e CMO deste mega-bísni, o autor concordou em ceder alguns minutos de seu precioso tempo para se apresentar (em terceira pessoa, claro, pois ele é muito arrogante).
Nascido em algum momento aleatório ali da década de 1970, ele logo mostrou inclinação para a vadiagem e resolveu fazer uns desenhinhos para sobreviver. Graduou-se em Comunicação Social apenas para se certificar de que comunicação não era a sua praia. Anos mais tarde, já experiente e maduro, pós-graduou-se na arte de incomodar os poucos leitores que lhe restaram.
Iniciou sua trajetória de ex-cartunista profissional em 1998 e, depois de oito anos lutando contra a própria irrelevância, ele tem sua primeira grande e péssima ideia: lançar seu primeiro livro de charges. Sabe-se lá como, corruPTos?… mas quem não é? chegou ao público às vésperas da eleição de 2006, abordando as peripécias de Lula em seu primeiro mandato.
No ano seguinte, por um mero acidente jornalístico, ele cai de paraquedas da redação do Jornal da Tarde e passa a assinar as charges diárias da página 2. E em outra infeliz coincidência, passa também a colaborar com ilustrações e matérias para o próprio JT e Estadão. Cinco anos depois, ele é um dos responsáveis pelo encerramento das atividades do JT e, nos anos seguintes, pela derrocada do próprio jornalismo.
Meses depois, com os protestos de rua de junho do 2013, ele tem sua segunda grande e péssima ideia: lançar um novo livro de charges. Trágico e Cômico: os protestos em charges sai em 2014 trazendo uma crítica feroz à crescente polarização que toma conta do país. Mas dá tudo errado. O povo brasileiro escolhe a polarização, em vez do livro.
Após mais três anos de colaborações acidentais para a ESPN Brasil, num certo dia de 2017, ele decide ir à padaria comprar cigarros e não volta mais. Perfeitamente adaptado ao seu novo cargo de ex-cartunista, a vida vai muito bem, obrigado. Mas aí vem o Bolsonaro e, pouco depois, a pandemia. Já estava na hora de voltar da padaria (até porque ele nem fuma!). Surge então a terceira e pior de todas as suas grandes ideias: lançar um terceiro livro para fechar a Trilogia de Charges.
Esse terceiro e último volume recebe o título de DISTOP!A – uma interpretação sobre o país do ódio e retoma a história do ponto em que Trágico e Cômico parou, explorando aquela previsão que fizeram no início da pandemia, de que a humanidade daria as mãos e se uniria em prol de um mundo mais empático e tolerante. Gratiluz!
DISTOP!A causou dois sucessos acidentais em 2023. Um foi jornalístico, ao jogar o autor na bancada do Roda Viva para fazer charges ao vivo de Deltan Dallagnol. O outro, educacional, ao cair no gosto de uma professora e sua turma do Ensino Médio na Bahia.
Refeito destes traumáticos e imerecidos eventos, nesse momento, o ex-cartunista – temporariamente em atividade – tem dedicado seu tempo a uma nova paixão, recém-descoberta: a arte de flopar.